segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O homem de pedra

Quando sentei aqui queria escrever algo engraçado, mas meu dia num foi muito legal não, por isso num saiu nada muito alegre! Hoje passei o dia tentando fazer minha matricula, até descobrir q meu pedido de reingresso ainda num foi aceito e nem processado pela universidade! Passei o dia na correria e de brinde acho q ainda levei uma multa por passar o sinal vermelho.Aff!! Quero falar sobre... sobre... Ah! Lê ai!





Ele era feito de pedra e ,assim como elas, era duro, compacto em seus pensamentos. Possuía forte apego pelo chão em que pisava, a base que fixava seus desejos e intenções. O homem de pedra gostava de ter as coisas sob controle... e ele tinha... até certo ponto. Sua alma repleta de falsas certezas, criadas pela mente a fim de manter a rigidez do seu corpo, se contentava em viver no escuro... lá ninguém poderia lhe fazer nenhum mal. Ele se sentia alto, um gigante, gostava de ser assim porque as besteiras, as criticas, e ofensas que as pessoas falavam lá em baixo não chegavam até seus ouvidos. O problema é que a verdade também não chegava. Ouvia apenas o que queria ouvir e tentava sentir apenas o que queria sentir, conseguindo certo grau de sucesso na arte de aprisionar os medos. Esses medos não transpareciam sua face de pedra, rude e pouco expressiva, sendo guardados num coração... que por incrível que pareça, não era de pedra ,mas orgânico. Coisas orgânicas costumam ser complexas, mas simplicidade era o que o homem queria, e esse conflito, entre uma mente que buscava ser objetiva e um coração subjetivo, provocava um mal estar ao pobre homem. Durante toda a vida sofreu com o único medo que não conseguiu prender dentro de si... a solidão... seu coração repudiava o fato de estar só e a perspectiva, mente de pedra, sobre permanecer só. Cansado de tentar ser forte, o gigante baixou a guarda por alguns instantes e ouviu alguém dizer “Você não poderá ser mais forte sem admitir que tem fraquezas, sem enfrentá-las, sem pedir ajuda... me liberta” Quem teria dito isso? Seu coração? O homem entendeu que sim e deixou-se levar. Uma mulher apareceu.
Seguindo, enfim, os pedidos do seu coração, a criatura conheceu uma mulher... totalmente orgânica... que enxergou além de sua carapaça dura. Formaram um casal. Um elo. E ele começou a viver, de verdade, com verdades. Eles se beijaram, se abraçaram, viajaram, tomaram sorvete, sorriram, brigaram... ela chorou (ele ainda não conseguia)... fizeram as pazes, correram na praia, tiraram fotos, cantaram, dançaram, brigaram... ele chorou (algo mudou!). Pela primeira vez ele chorou e as lagrimas lavaram seu corpo, transformando pedra em pele, não tão macia como a de sua mulher, mas já o bastante p/ permitir novos sentidos...Então voltaram, foram ao cinema, andaram de mãos dadas, conversaram besteiras, conversaram coisas sérias, se tocaram, fizeram sexo, aprenderam juntos, inventaram apelidos um para o outro. Quando o homem se deu conta já não era um gigante, tinha estatura normal, mas não teve medo. Ele conheceu a família dela, depois fizeram planos, navegaram na internet, comeram pizza, fizeram mais sexo, se conheceram melhor, ENFRENTARAM problemas (algo novo para ele), brigaram... ambos choraram.... mas se entenderam. O Homem pedra não era mais de pedra, era quase orgânico, e não estava mais preso ao solo, tinha outro ponto de apoio...ELA. Feliz, ele quase voava. Sua alma agora era clara, não precisava se esconder e o casal viveu coisas simples e não simples. Conheceram pessoas, lugares, palavras e frases novas “EU TE AMO!” ...ele disse. Ela também! E o homem, quase orgânico, se sentiu verdadeiro! Brindaram, fizeram amor (não só sexo). Viveram, sonharam, brigaram... ela teve ciúmes, ele não... acabou, mas por pouco tempo. Seguiram juntos, viveram, acertaram, erraram... ele errou mais, talvez, e de repente “ACABOUUU”... Ele teve ciúmes... tarde demais!
O homem sofreu, pagou o preço por ser orgânico demais, e viu a complexidade da vida. Não tinha mais chão, nem um ombro pra se amparar. Chorou e chorou! Estava se sentindo doente e procurou um médico:


Doutor Destino - Pode entrar meu filho. Sente-se e diga o que lhe incomoda.
Homem - Sinto dores doutor!
Doutor Destino - E onde são essas dores?
Homem - No meu peito, mas acaba se irradiando pelo corpo todo.
Doutor Destino – Mas como isso se dá?
Homem - Quando penso nela...
Doutor Destino – Nela? (a principio o medico não entende)
Homem - Simm! Quando a vejo, sonho ou a imagino longe de mim meu corpo treme, a boca seca... uma espécie de dor que não dói, mas ao mesmo tempo dói demais... Não sei explicar ao certo... Começa no peito, um aperto, fico sem ar por uns instantes, depois se espalha... minha boca treme como quem pede um beijo, as mãos suam e vibram como se quisessem tocar algo... Isso é serio doutor?
Doutor Destino – Hum!! Seus exames estão normais meu filh.... (interrompido)
Homem - Minha barriga dói também, parece que algo quer me comer por dentro! Sinto cheiros doutor... cheiros dela (ofegante)... vejo o rosto dela na multidão, mas sei que não é ela, ilusões!!!!!! São ilusões!!
Doutor Destino – Calma!
Homem - Talvez eu esteja louco também
Doutor Destino – Não! Você ... (interrompido)
Homem – Eu não sentia essas coisas antes. O Que eu faço? O que eu...
Doutor Destino – Cale a bocaaaa! (gritando)
Homem- Mas dout...
Doutor Destino – O nome da sua doença é “falta”... não está louco... está apenas infectado com o vírus da saudade!
Homem – Me cura!! Por favor! (chorando)
Doutor Destino – só você pode se curar. Mas vou te receitar alguns remédios. Eles vão ajudar.
Homem – Obrigado doutor! (sussurrando) Muito obrig...

O homem saiu desolado do consultório e leu a receita, que dizia: Tomar dois comprimidos de alegria e uma injeção de esperança a cada vinte e quatro horas. O homem orgânico ainda pensa sobre como tudo era mais simples quando era feito de pedra... mas não se arrepende de ser orgânico... só ganhou com isso. Ele ainda sonha com ela, ainda encontra dificuldade em se movimentar, falta onde se apoiar, mas o principal ele já percebeu, já entendeu: A vida é pedra bruta que se torna diamante após ser lapidada pelo tempo, basta abrir o coração e esperar. E agora ele está ali... esperando, mas não parado, não surdo, cego, mudo, medroso ou rude, não mais HOMEM DE PEDRA.




Talvez esse texto não tenha prendido sua atenção tanto quando os outros, mas valew por ter lido! Adoro vc! (hehehehe)

6 comentários:

  1. Fala cara,
    valeu pela visita ao Rabisco.
    Quanto mais pisar em calos, melhor.

    Abraço.

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  2. Ele estava duro como as pedras são fico estranhão ! agora, num tem doença pior do q saudade ! affff mór agonia !

    Por Favor ! Comenta no meu também, ok ?
    http://www.escolhaopcional.blogspot.com/
    Valeus ! Abraços

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  3. Esse texto foi do caralho negrinho! Tu escreve pra caralho brother!
    continue assim!

    abração

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  4. Eu sei que já escreveram aí em cima...mas seus textos são muito bons mesmo!!
    Seu texto é tipo reflexão cotidiana...faz a gnt prestar atenção a mt do q a gnt pensa mas não liga..

    Ganhou uma fã :]

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  5. Gostei mto do textoo!!!
    mto msmo!!
    XD~
    escreve mto bem Kelsen..
    xeroo..
    =*

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