Que boquinha suja!!

Hum! Muito bem! Muito bem! Como foi minha semana? Resumindo: Timão levou uma goleada do Goiás e eu fiquei meio abalado. Assisti “Marley e Eu” e tive vontade de comprar um cachorro. Me formei em radialismo e contemplei meu futuro incerto... mais um desempregado no mundo! Fiquei muito tempo sentado no vaso sanitário, tocando violão, e tive câimbra na bunda (dói!). Ontem sentei numa mesa de bar onde ,praticamente, só tinha casais e me senti sozinho! Essa semana levei bolos, não consegui encontrar quem eu queria... tbm tive resquícios de beijos! Como assim? Sei lá! Depois descrevo. Conversei no MSN, muito Orkut, malhei, dancei um pouco, Judô, universidade, rotina, etc. Se eu não estivesse em um bom estado de espírito poderia olhar pro céu e dizer “Que vidinha de MERDA!”, mas nada, minha vida é muito boa. Não vô falar de nada q citei ai em cima... a não ser da MERDA, não do dejeto em si, mas da palavra. Do palavrão. Do ato de falar palavrão!

Primeiramente, pq palavrão? =) “CÚ” é um palavrão e não é um palavrão. Oq é um palavrão? Saquem ai:
É um vocábulo que pertence à categoria de gíria e, dentro desta, apresenta cunho chulo, impróprio, ofensivo, rude, obsceno, agressivo ou imoral sob o ponto-de-vista de algumas religiões ou estilos de vida. Palavras de baixo calão, calão de baixo nível em Portugal ou simplesmente, palavrões, são formas inadequadas na norma culta da língua portuguesa e geralmente usados de forma popular e coloquial, exceto por licença poética. (Wikipédia)

Hummmm!! Entendido! Oq eu não entendo é o preconceito, desdém, raiva e até certo grau de injustiça com que as pessoas tratam os palavrões. Pow! Eles são elementos capazes de exteriorizar nossos sentimentos... possuem muito mais riqueza do que a definição acima apresentada. Angustia, dor, fúria, alegria, alivio... tudo isso cabe num simples “Porra!”, dependendo da entonação usada. Muita gente dá uma de hipócrita, finge não falar... não querem ser mal educados. Eu sô bem educado, eu acho, e falo palavrão! Todo mundo fala. A hipocrisia já começa na infância... seus pais já te deram chineladas ou algum tapa na boca pq você falou palavrão? Levei altos... mais parei de me sentir mal a partir do momento que percebi que eles tbm falavam! Todo mundo fala, só muda a intensidade do palavrão. Não to querendo dizer que palavras de baixo calão devam ser ensinadas pra crianças, mas defendo que não se deve fazer um escarcéu caso seu filhinho fale alguma... ao invés de dar um tapa na boca dele, pq simplesmente não ensinam o significado da palavra e pedem, de forma civilizada, pra não repetir. É preciso encontrar um meio termo nas coisas. É horrível estar perto de uma pessoa q a cada dez palavras fala oito obscenidades e igualmente ruim, pelo menos p/ mim, conviver com hipócritas que tentam usar linguajar de BB “Ai essa festa tá uma Caquinha”...cara eu me tremo td quando escuto isso... Cacete! Q frescura! Isso é p/ não parecer boca suja? É pra ser menos mal educado? Então pq não fala apenas q a festa está ruim? Eufemismos são uma BOSTA! Tenha dó!

Determinados ambientes ou conversas pedem formalidade e devem ser respeitados, mas no dia a dia, no português coloquial, os palavrões são indispensáveis. São armas p/ se defender de alguma situação ou jogar fora o que te incomoda. Vc está jogando bola na rua e ao tentar chutar a pelota enfia o pé num paralepípedo “ahhh!! PUTA Q PARIU!! Isso é uma gala do caraiiiiii!!!” Pronto amigo... metade da dor já se foi! Serio pow! Sem esses vocábulos seria muito difícil suportar tanta coisa. Tem um coleguinha chato que não para de falar no seu ouvido, tirando piadinhas e td mais... oq seria mais eficiente dizer para q ele parasse? “Amigo por favor pare de me incomodar” ou “Cala a boca!!FILHO da PUTA!”? Eu fico com a segunda e acho q o coleguinha também! E se o seu chefe chegar e te disser “Rapaz! Escalei você p/ trabalhar esse fim de semana. Sei q vc queira viajar, mas já tá decidido!” td seria pior se, após seu chefe sair da sala, vc tivesse que virar pro seu amigo e dizer “Como nosso chefe é maldoso! Meu Deus” ao invés de “Rapaz, Isso é um viado safado! Sacanagem!”. É melhor descarregar o peso num xingamento do que tentar ser educado e guardar o rancor dentro do peito. Palavrões nem sempre pretendem ser agressivos ou imorais. Eles são tão flexíveis q se moldam ao contexto. Aqui em Natal temos um que eu gosto muito... GALADO!... palavrinha odiada por muitos e falada por muitos também. Gosto dela principalmente pq abrange os mais variados sentidos. Se eu estiver puto com alguém “Sai daqui galado”, quiser xingar alguém “Você é um galado!!”, mostrar que alguém é O CARA “Esse homi é galado mesmo!”, dizer q um individuo é engraçado “hehehehe q bicho galado”, comemorar algo “Ganhamos galadooo!”... vai pro feminino tbm... Ela gosta de te excitar e depois cai fora na hora H? “To ligado! Ela é uma galadinha!!!” Tem certos palavrões, substantivos de origem, que de tão usuais se tornam verbos e o GALADO é um deles, deu arigem ou verbo GALADAR. Pra expressar que te sacanearam, basta falar “Porra, aquele bicho me galadou!” e por ai vai!

[PAUSE: Roubaram o timão! São Paulo quer ganhar a força!! Bambis safados]

Palavrões são obras mutantes da sociedade, criados e tranformados a partir dela. Esse fragmento retirado da Wikipédia fala bem disso:
Como pertencem ao fenômeno linguístico, os palavrões nascem, se desenvolvem e morrem. Houve um tempo em que termos como diacho, "vá para o inferno ou desgraçado eram extremamente ofensivos pois, numa época muito religiosa, "ir ao inferno" ou dizer que alguém não possuía graça ("espírito de Deus") era terrível. Palavras como coitado (homem que sofreu coito — violência sexual) também perderam seu significado pejorativo, enquanto outras, como caralho (palavra com que se denominava a pequena cesta que se encontrava no alto dos mastros das caravelas) passaram a ser ofensivas. Algumas palavras permanecem em uma zona nebulosa, onde o contexto determina se é ofensiva ou não, como por exemplo os verbos dar, comer, enfiar e a palavra pau.

Então povo o que é palavrão hoje pode não ser amanhã. Vamos inventar novos \0/ hehehe... pior que as pessoas inventam mesmo...até sem querer. Ei! Mas tipo... mulhers! Podem falar os mesmos palavrões que os homens? Sim! Elas têm o mesmo direito, mas confesso q se uma mulher fala certos termos na mesma intensidade e quantidade que o homem, acaba atraindo sobre ela um clima se vulgaridade q não acho legal. Sô meio machista, mulher tem que ser mais delicada... deixa pros homens o papel de ogro!

Abração povo! Não quero com esse texto incentivar o desrespeito ou falta de educação, mas apenas mostrar que essas palavras de baixo calão são necessárias e eficientes de vez em quando. Adoro vocês!! Ah! E lembre: Se após um palavrão despretensioso alguém disser “Que boquinha suja hein?!!” basta olhar com aquela carinha de safado e dizer educadamente “Ah! Toma no teu cú”. =)